28 de dez. de 2009

Como alguns amigos meus acham que comunicação é moleza e não se faz nada de útil naquela faculdade... Estou aqui para refutar tal tese. Segue abaixo um Product Placement criado por mim e Mariana para a aula do Solón. Espero que gostem e entendam. Ah! Product Placement são aqueles anúncios de produtos que a Globo vive colocando em suas novelas, feitos de formas completamente toscas. Sim, eu e Mari tivemos a missão de fazer um decente...Vejam e digam se conseguimos.
P.S: Em breve postarei a minha prova de Filosofia porque ela ficou foda! (Fazer faculdade de artista é tudo, né gente?)
Beijos vermelho MO-RAN-GO para todos vocês!

Storyline

Caras e bocas – Novela das sete da Rede Globo

Personagens
Cássio – É aparentemente um homossexual do sexo masculino, bonito e elegante que preza pela boa aparência e apresenta diversos bordões divertidos, exemplo: “Choquei, perua!”, “Tô rosa chiclete!”, “Tô bege e desbotando!”. A trama da novela transmite a idéia que em algum momento ele vai se revelar homossexual, porém, apenas Léa não percebe suas tendências. (Ator - Marco Pigossi)

Tatiana –É bonita, sofisticada e encantadora. Se apaixona por Benjamin, um judeu ortodoxo. Trabalha com Cássio em uma galeria de arte. (Atriz – Rachel Ripani)

Léa – É uma mulher de meia idade vaidosa e um pouco fútil. Ela se apaixona por Cássio e consegue ter um relacionamento com ele, sustentando-o em sua casa. Eventualmente aparece na galeria onde Léa e Cássio trabalham (A filha de Léa é a dona da galeria). (Atriz – Maria Zilda)

Situação
Em uma de suas visitas à Galeria de Artes, Léa convida Tatiana, que está prestes a se casar com Benjamin, para irem ao shopping fazer compras para sua tão esperada noite de núpcias. Na cena, também está presente Cássio, namorado (aparentemente homossexual) de Léa, que, empolgado com a idéia de sua namorada, se convida para ir junto e, assim, poder ajudar Tatiana com suas escolhas. Léa, desconsiderando a verdadeira intenção de Cássio, fica com ciúmes e reclama de sua ida. Cássio bate os pés, protesta (“Ai, perua, eu vou! Meu expediente já acabou e não tenho nada pra fazer. Aliás, indo eu posso passar mais tempo com vocês!”) e consegue a aceitação de sua namorada para ir às compras com as mulheres.
Chegando ao shopping, Cássio diz:
_Amada! Já vi que as compras vão render!
Léa e Tatiana sorriem empolgadas, apesar de Léa não tirar os olhos de Cássio e de como ele parece empolgado perto de Tatiana.
Finalmente chegam à loja de roupas, lá começam uma animada conversa sobre os diversos vestidos.
Tatiana afirma:
_Ai, olha que vestido lindo!
Léa responde:
_É verdade!
Léa pega um vestido, experimenta e pergunta de uma forma sensual:
_Cássio, você acha que eu ficaria legal nesse vestido?
Cássio dá um olhar de desaprovação e responde:
_Ai, perua! Larga isso, a gente precisa ver é lingerie para a Tati aparecer para o bofe escândalo dela!
Então, eles rumam animadamente para a sessão de lingerie.
Chegando lá...
Cássio afirma:
_Tô vermelho MA-GEN-TA com esse sutiã da Fluss (de cor vermelha)! Experimenta, vai amada!
Léa no mesmo instante:
_Ai meu amor! Vou pegar também, quem sabe eu posso experimentar hoje à noite para você?
Cássio responde:
_Ótimo, perua! A noite vai ser maravilhosa!
(Fim do Product Placement)

13 de dez. de 2009

Templo

Templo

[Silêncio]

Posso ouvir meus passos
Eles não se perdem
Na confusão da cidade

Aqui o silêncio respira
Me respira
Como se eu fosse natureza
E ele pessoa.

Posso ouvir cada sua
Golfada de ar
E durmo ao som
De uma nascente d’água

Aqui a vida pulsa em mim.
Não preciso de chave para entrar
E a janela está sempre aberta
Para a brisa que acalenta

Pertenço a este lugar
Sou este lugar
- Idílio

Terias tu coragem de entrar?

29 de nov. de 2009

Conteúdo e Forma

Conteúdo e Forma

Ando em busca de uma definição de arte. Mais que uma definição, na verdade necessito (é uma questão particular) de um conceito.

Estive olhando aqui no blog, e vários textos tangenciam o assunto. Caso se interesse, eu poderia mencionar, numa listagem não exaustiva "Banalidades e Onirismo", "Primogênitos Desgraçados", "Poesia é Código", "Desde setembro" e "Arte!?".

Foi uma desenhista indústrial que falou, bem en passant: "o conteúdo é indissociável da forma".
Bingo. Isto foi mais de dois meses atrás, e a frase não saiu da minha cabeça.
[Nota: eu escrevo textos para tentar me livrar dos assuntos]

O meu conceito de arte envolve, portanto, forma e conteúdo. Eu consigo imaginar forma sem conteúdo; aliás, é muito fácil: estudos de virtuosidade para piano, filmes do Quentin Tarantino.

Mas o contrário. O contrário é indissociável. Não existe artista que prescinda da técnica, de toda a técnica. Se houvesse uma forma de transformar sonhos em arte, essa forma já seria a técnica. Não foi por acidente que eu disse "se houvesse uma forma". Infelizmente, para fazer arte, é preciso dominar algum intermediário, algum caminho que permita que o tamanho do seu sonho seja transmitido aos outros.

Na arte, para mim, o fundamental é o conteúdo. Alguém que desenvolve somente a forma não é artista. Talvez artesão. Talvez desenvolva uma técnica que será usada por um artista. Mas quem desenvolve só a técnica não faz arte.

Para além do artista, há o artista genial: aquele que revoluciona a técnica fazendo arte.

Mas falta alguma coisa. Essa alguma coisa é a mesma que me falta para o conceito de amor. Amor significa carinho, tesão, companheirismo, amizade e... algo mais. A autora do blog palavrório [só procurar nos diretores recomendados ali à esquerda] define isso como o intexterível, o que não dá para fiar em palavras.

É uma conclusão romântica, eu sei. E metafísica. Mas veja, há uma diferença crucial: não é possível se atingir o cerne do mistério sem dominar a razão, a forma, a técnica. Da mesma forma que o amor não é possível sem amizade, tesão, companherismo, carinho. Arte e Amor são conceitos muito próximos, pois comungam do intexterível.

P.S.: Uma questão de forma. Já está muito tarde e estou com preguiça de por os links bonitinhos para os textos citados; farei-o em outra oportunidade.

21 de nov. de 2009

Banalidades e Onirismo

Às vezes acho que a vida passa de pressa demais e escrevemos muito pouco. Não, não é que eu queira uma possível eternalização através da arte de escrever. Que diferença faz se os meus poemas vão ser lidos após a minha morte? (Personagem de Woody Allen)

Em suma maioria, apenas escrevemos o que outros nos ditam ou nos fazem copiar, que geralmente é cópia de um terceiro. A criatividade fica jogada ao canto, feito cesta de lixo numa sala quadrada estudantil.

Sinto a necessidade de idéias novas. Acho que todos sentem, mas nem todos falam ou tentam tê-las. Escrever algo diferente é uma tentativa. Muitas são frustradas e não nos levam a lugar nenhum, mas, pelo menos, serve para nos conhecermos mais.

Como diria um personagem de Woody Allen, sinto todos os anseios e desejos de um artista, mas infelizmente não tenho o menor talento para artes. Resta-me aceitar? Não, não é essa a minha intenção. O meu desejo real é me libertar de tudo que me oprime, inclusive das formas de expressões limitantes atuais. Se não sei escrever, desenhar, pintar ou fazer sei lá o que! Eu invento uma nova forma de expressão.

Ultimamente eu sonho em criar um tipo de arte livre que não seja necessário ter nenhuma habilidade técnica. Não sei ao certo como chegar a isso, mas eu gostaria que fosse tudo muito colorido, se eu pudesse usar luz, quem sabe? Seria interessante expressar-se durante o sono, se fosse possível canalizar os pensamentos que temos e formar uma obra de arte, mesmo que ela seja apenas de luz ou da matéria etérea a qual é feita os pensamentos.

Sim! Espero o dia em que tenhamos uma grande arte, onde a qualidade de nossas obras sejam medidas pelo tamanho de nossos sonhos...

16 de nov. de 2009

Primogênitos desgraçados

[de volta ao planeta terra]

Primogênitos Desgraçados: a glorificação do conjunto vazio

Assisti, cerca de um mês atrás, pela segunda vez na vida um filme de Quentin Tarantino. O primeiro foi Pulp Fiction, um filme até divertido, mas longe da genialidade que a ele é atribuida. A grande inovação, a inversão do roteiro, qualquer pessoa que tenha lido/visto quase qualquer história baseada no Nelson Rodrigues, por exemplo, já está mais do que acostumado.

Não vi Kill Bill, e depois de Bastardos Inglórios ficou definido que não verei.

Foi um dos piores filmes que já vi no cinema nos últimos tempos: os personagens não têm nenhuma profundidade psicológica, as atuações são caricatas, o roteiro é raso raso raso. Um exemplo, porque o Cel. não matou a menina no cap. 1? É só para ter o filme? A história é cheia de pontos sem nó como esse... não serve nem como ação/suspense clássico (tipo "Os Infliltrados")

O que salva? Ah! As cenas muitíssimo bem feitas de escalpelação, explosões, tiros.

E não tenho nenhum problema com cenas de crueldade gratuita. Em Laranja Mecânica, por exemplo, o Kubrick é tão ou mais cruel quanto, mas tudo faz sentido dentro da mensagem que o filme quer passar. Tem um propósito. Agora cheguei ao ponto que mais me incomoda. A arte tem que ter um significado desejado, aceito até que seja de contestação do próprio conceito de arte como em Duchamps. O Bastardos Inglórios é a glorificação do conjunto vazio, como se pegar tintas e atirá-las na tela fosse um espasmo de genialidade. Já disse um publicitário sobre pneus que "potência é nada sem controle".

Pode-se tentar salvar o filme falando da questão do Holocausto e da Segunda Guerra Mundial. Mas quantos filmes já foram feitos sobre os judeus? Nem eles já devem aguentar mais. Quantos filmes já foram feitos sobre "a vingança contra esses caras que mataram minha família enquanto eu estava na minha"? Sem comentários. E ainda tentam me convencer que é um tratado sobre a vingança.

O filme é uma fórmula pronta, numa conjugação de temas batidos. E o que sobra? Violência. Então não fica devendo nada para pornô, é só trocar a violência pelo sexo. Eu chamo de porno-porrada. Se é para não fazer sentido, ou ter roteiro raso, eu particularmente prefiro o segundo estilo.

É uma pena que o Tarantino seja um dos poucos diretores hoje com nome para levar o público para o cinema por si mesmo. Tenho minhas dúvidas se alguém realmente se interessa pelo filme, ou pelo prazer sádico de ver cenas de violência explícita e gratuita em público.

Somos primogênitos desgraçados, refletidos na tela do cinema, aplaudindo nossa própria desgraça. Pois narciso acha belo o que lhe é espelho.

Bom, acho que vou voltar para a Lua.

"De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta"

26 de out. de 2009

O Martir da Liberdade

O Mártir da Liberdade

Ele queria a Liberdade, a mais pura e cândida Liberdade. Mas todas as suas tentativas esbarravam no Outro.

À todas as Suas ações, o Outro inevitavelmente reagia. Talvez não seguindo a Terceira Lei de Newton, talvez não seguindo a distribuição de probabilidades de Gauss, mas reagia. Por conseqüência, Sua Liberdade não era plena, pois sempre teria que se defrontar com a reação do Outro.

Foi então que percebeu a sutil cilada: a inexistência de Liberdade era condição intrínseca à vida. Se agisse no momento zero, o Outro reagiria no momento um, e sofreria as conseqüências desta reação no momento dois.

Concluiu, em sua lógica inabalável, que a única forma de ser livre era não viver, pois não estaria mais presente quando o Outro reagisse à notícia de seu derradeiro ato de Liberdade.

O Outro chorou, passou algumas noites em claro; mas Ele não estava mais lá para ver, ouvir, sentir... eliminara o momento dois.

E a Vida? Continua. Sem Ele.

20 de set. de 2009

Porto Seguro (outros versos)

Porto Seguro (outros versos)

Num mar infausto
Um barco, um claustro
Serei teu mastro
Maestro e solista

Naquela pista a
Duzentos por hora
Vendo teus olhos
e guio, vambora

Por traz de tudo
Eu que conspiro
Teus passos são
o ar que respiro

Sou teu vampiro
E também caubói
Me fantasio
Até de herói

Nem um segundo
Te deixo em paz
Sou vagabundo
E também capataz

E se achar que está sozinha
todos os sons vão lhe lembrar

Sussurros meus ao pé do teu ouvido...

(E quando tudo ficar escuro
Eu posso ser o seu porto seguro)

----------------------------------------
Ouça a versão cantada em:
Di-vagar

13 de set. de 2009

Humano, demasiado humano?
ou
Sobre a morte do super-homem

Prólogo:
Para teorias racistas do século XX, XIX, XVIII ou de qualquer tempo, cabe apenas o desprezo. Mas para o homem, o que cabe?

É preciso não se envergonhar e mais uma vez mergulhar fundo no homem para compreender essa nova aparição. O século XXI nos reserva um futuro glorioso (integrado?) em que a ciência vem se tornando o discurso da verdade apesar de sua historicidade e da falta de veracidade na própria história. Um paradoxo? Sim, mas não o pior deles. Dizia Nietzsche que com a História é preciso saber lembrar para se ter o que superar e saber esquecer para não ficar preso eternamente aos mesmos paradigmas. Como pode então a ciência da causa e efeito estar por criar o super-homem?
Sim, as limitações dia a dia se transformam em pó frente o ímpeto da revolução científico-tecnológica, vide as curas para as doenças, a fertilização in vitro, as células-tronco... Por aí vem o super-homem? Então, vem também o segundo paradoxo: O homem está morrendo e evoluindo através de uma ciência que se atém ao passado. Algo mais pós-moderno? Aliás, algo mais absurdo do que algo que ao tentar justificar é já negá-lo?
Porém, o que mais assusta é a pergunta: “Que homem é esse que está morrendo?” Se tomarmos como base a velha definição de que o homem é sempre aquele que falha, aquele que morre, aquele que sofre, o que é por definição imperfeito. Talvez facilite a compreensão, mas há uma segunda pergunta: O homem se tornou completamente humano? Nos elevamos totalmente do nosso estado animalesco anterior? Completamos a sublimação? Ou, a falha na sublimação confirma realmente a nossa essência humana?
Algo mais pós-moderno e irônico do que superar algo que nem fomos capazes de sermos completamente? Como então salvar o super-homem do pós-modernismo?
Tenho a impressão que se o super-homem vier no século XXI, ele será relativizado em pleno vôo, e ao tentar confirmar sua existência provaremos por A+B a sua não-existência. Perceberemos então, que falta o homem. E, assim para o Übermensch restará a involução para o homem. O que seja talvez o que a humanidade tanto necessita.

Prólogo: Que morra o super-homem e nasça o homem antes.

5 de set. de 2009

Sobre o oeste e o leste

Sobre o oeste e o leste

Era uma vez dois amigos de longa data que conversavam no mensageiro instantâneo sobre as impressões dela sobre a Europa. Ela estava morando na França havia cerca de 5 meses, viajara por alguns países europeus, tanto do oeste quanto do leste. Segue um fragmento do que conversaram:

(...)
Ela:
- O pessoal do Leste Europeu é muito mais caloroso do que o povo aqui da França e os do oeste em geral; tanto meninas quanto meninos.
Ele:
- Engraçado isso, não? A imagem do regime socialista é de que as pessoas são frias que o mundo é frio, pois tudo é igual. Mas por outro lado você tem a impressão de que essas pessoas são mais calorosas e simpáticas que os europeus. Será que ao menos os europeus do Oeste são simpáticos entre eles mesmos?
Ela:
- Mais do que com os estrangeiros, com certeza. Mas é o jeito deles mesmo, são frios. Em minha opinião de futura socióloga, essa “calorosidade” dos europeus do Leste se deve justamente, numa contraposição, à frieza do regime socialista.
Ele:
- Talvez não seja exatamente uma contraposição, porque num regime comunista as pessoas talvez sejam mais solidárias; em oposição ao regime capitalista que preza pela competição, por que cada um seja independente do outro.
Ela:
- Não sei se nossas posições são complementares ou opostas. Eu disse que eles são mais calorosos em oposição à frieza e dureza do regime; você disse que eles são calorosos por causa de uma suposta maior solidariedade do regime comunista. Se tomarmos o regime comunista de dois pontos de vista ou ângulos diferentes, nossas visões se complementam; se tomamos o regime comunista globalmente, somos opostos necessariamente.
Ele:
- Eu acho que você tem sim um ponto. Mas deixe-me ir adiante. No comunismo, as formas de expressão são sempre tidas como frias, sem sal nem açúcar. Como se a arte tivesse morrido. Isso se expressa na arquitetura (acabo de ler a descrição muito boa de um amigo que está em Hamburgo e foi visitar Berlim, mostrando os contrastes da cidade dividida - parece que o muro não caiu, ou ainda está por cair). Mas acho que a ausência de alma na arte é uma conseqüência de se viver num regime em que há muito mais solidariedade. É como a arte clichê do casal apaixonado, que normalmente é ruim para quem esta de fora, se comparada com a arte produzida em momentos de tristeza, de separação, de dúvida, que aos olhos externos parece carregada da alma do artista. Como vivemos num mundo competitivo e estamos em alguma medida sempre sozinhos, competindo, canalizamos nossa alma não para a relação com os outros, mas para o papel e para a arte de modo geral. Falo de uma reificação da expressão dos sentimentos. Como não conseguimos nos expressar na relação com os outros, canalizamos tudo para a os objetos, para as coisas.
Ela:
- Concordo com a parte em que você fala sobre o capitalismo, mas acho que para explicá-la você usou uma visão idealizada de como foi o regime comunista, com a qual eu não concordo.
- É verdade. Então acho que chegamos, de alguma maneira, num acordo?
- Jamais!
(risos)

(...)

17 de ago. de 2009

Comer, comer e dormir!

Há uma grande teoria que diz que essas são as três melhores coisas na vida. Não é verdade, além de notar isso venho a todos revelar as bases estúpidas, machistas e homossexuais que se funda essa teoria.

Ponto frágil fundamental – A generalização. Como todos nós sabemos TODA GENERALIZAÇÃO É UM ERRO! Com exceção dessa, pois ela é a exceção que comprova a regra! Entendeu?

Comer - O primeiro comer refere-se à alimentos. Óbvio que é mentira, nem tudo é bom de se comer. Você já provou buxada de bode? Olho de cabra? A menos que você seja baiano, participante do “No Limite” ou meu pai, você não comeria isso nem morto. Há também uma segunda questão, a ciência diz que comer pouco prolonga a vida, então caímos num paradoxo, quanto mais você come, menos irá comer? (Diga isso para um Queniano!) Obviamente isso não pode ser considerado uma das melhores coisas do mundo!

Comer (sexo) – Outra generalização. Você já tentou comer um homem. Se sim, por favor não se entregue aqui, mesmo que você seja militar e esteja subindo pelas paredes... Mas, obviamente sexo entre dois homens é proibido por Jesus Cristo, por Deus e pelo Bispo Edir Macedo. Logo, não pode ser uma coisa boa, além de ser nojento, bunda cabeluda...argh...No mínimo quem fez essa teoria era pederasta.

Dormir – Puta merda, dormir é bom demais! Mas reparem bem...Dormir é um dos estados da vida mais próximos da morte. Sabe-se lá o que a alma faz enquanto você está dormindo, alguns dizem que ela vai visitar parentes mortos...putz, isso é deprimente, dormir é bom, mas não é viver e tenho dito!

Ha!

Achavam que eu não ia propor nada para o lugar, né? Achavam que eu ia ser escroto o bastante de apenas destruir a teoria dos outros sem construir nada?
Sim, eu tenho uma proposta. As três melhores coisas da vida são:

Chocolate – quer coisa melhor? Dizem que faz tão bem quanto sexo, você não tem que conversar e não limpa a sua carteira.

Mulher – Porque mulher é muito bom, mesmo quando é caro levar ela para cama.

Agora a terceira (e melhor) coisa foi a mais difícil. Eu tive que passar vários dias filosofando na ECO para chegar a tal conclusão. Primeiro achei que mulher fosse tão bom que mereceria ser a segunda e a terceira e talvez até a quarta! Porém, depois notei que havia algo ainda melhor: Mulher com Chocolate!
E sim, essa seria a terceira (e melhor) coisa se eu não tivesse notado uma outra coisa:
Não há nada melhor que amigos!
Então a terceira melhor coisa da vida é a amizade!


Achou fofo, emocional e nada condizente com esse texto a minha conclusão?
Eu tenho bases empíricas:
Imagine a pior situação do mundo – Você meu amigo que está com a sua mulher há anos (seja casado, noivo ou enrolado) e você é fiel, carinhoso e totalmente dedicado a ela. Um dia você descobre que ela já deu para todos os caras que você conhece e não gosta (obviamente, quem é seu amigo não comeria). Isso, mesmo, ela já deu para todos os caras que te sacaniaram na vida, ou seja, eles te sacaniaram duas, três, quatro, cinco vezes! Pense, quem são as únicas pessoas capazes de curar essa dor-de-corno que você tem? Óbvio: As amigas gostosas dela!

UM BRINDE À AMIZADE!
Carta aos leitores (Leiam porra!)

Faz tempo que não posto aqui. Andei de férias, foi um bom tempo, serviu para crescer (ou pelo menos tentar) e para parar um pouco e refletir sobre a vida. E uma das coisas curiosas que eu percebi é: há muita gente escrota no mundo. A cada coisa construtiva (ou que pelo menos se pretende) que alguém faz há sempre um espírito de porco para sacanear:
Sempre há um “mala” em qualquer comunidade do Orkut que está ali apenas para discutir. Ele consegue ter a incrível capacidade (aliada à falta do que fazer) de entrar em uma comunidade do tipo “eu gosto de azul-limão” apenas para criar um tópico escrito: Eu odeio azul-limão!
Há também o sem noção que se faz de desentendido. Entra numa comunidade do Harry Potter e pergunta: “é verdade que no fim o Rony termina com a Hermione?” Nessas horas eu quase sinto pena (ou raiva, não lido bem com minhas emoções, logo não sei reconhecê-las) das pessoas que ainda param e conversam com esse tipo de gente.
Notei também que o humor das pessoas escrotas é diferente. O filme pornô é por definição algo escroto, feito por pessoas escrotas e com muitos escrotos em cena. Mas, talvez ele pecasse menos se não tivesse títulos como: “A senhora dos anéis”.
Triste é quando o cara não feliz por ter uma personalidade dubitável ainda faz questão de fazer piada com a cara de todo mundo:
Sarney no senado.
Edir Macedo dizendo que não é ladrão.
E o infeliz que após o sucesso de “Comer, amar e rezar” resolveu escrever a fanfarronice com o nome de “Beber, jogar e foder”.
Mas, fora isso, toda essa minha encheção de lingüiça serve para algo:
Eu também quero ser escroto!

8 de ago. de 2009

Poesia e codigo

Há pouco mais de um mês li uma frase perturbadora:

“Código é poesia. Ninguém sabe o que significa”

Era um artigo sobre a conferência internacional de CMS (Content Management System), e frase foi proferida pelo criador da Word Press, concorrente do nosso blogspot em hospedagem de blogs e afins. A idéia é que para que as pessoas comuns possam usar a internet como ferramenta de comunicação, elas não devem precisar conhecer a linguagem de programação.

link para matéria completa

Como toda boa peça publicitária, esqueci o que ela significa no contexto original, e fiquei matutando sobre seus diversos significados implícitos, obscuros e, claro, não desejados pelo emissor.

Ele afirma categoricamente ninguém sabe o que significa poesia. E, pensando bem, isso de fato se aplica a muitos poetas. Ontem estive no MAC (Museu de Arte Contemporânea de Niterói). De fato, a arte contemporânea é feita para não ser entendida. Aliás, permita-me um pequeno parentesis: morte aos arquitetos (ao menos ao Oscar Niemayer), que não sabem construir nada funcional, pois ser útil é totalmente secundário diante do ser bonito.

Bem, retornando, uma arte feita para não ser entendida é, na minha singela opinião, uma negação da arte. Eu gosto muito de descobrir significados não pretendidos pelo artista, mas uma obra que não tenha um ou vários significados desejados, para mim não passa de casca de árvore, sem vida. Até pior, pois a casca da árvore já teve vida um dia.

Uma vez perguntaram para um pianista o que ele sentida quando tocava. Ele olhou para a entrevistadora com certa piedade, deu um profundo suspiro, e respondeu: “se eu soubesse explicar com palavras, eu seria um poeta; como sou músico, sugiro que você me escute tocando”.

Toda arte é uma tentativa de se expressar, de dizer alguma coisa, um conteúdo. Às vezes, o significado não está claro em outra forma, em outras palavras além daquelas em que se expressa o artista. É por isso que alguns poetas não conseguem e nem podem se explicar.

Gostaria, então, de parafrasear o Sr. Matt Mullenweg, criador do WordPress, e dizer: “Poesia é código. Só o seu emissor pode saber o que significa.” E a grande questão do relacionamento humano é decodificar a poesia de cada um nos termos da nossa própria poesia.

20 de jul. de 2009

Divagacoes

Divagações
(Ensaio Fotográfico No. 1)


















Por onde andar?





























Chão de pedras, parede de mar?


















O essencial é invisível aos olhos...

















... por que o que eles vêem depende
do ponto de vista.

















A lente pode se esquecer de captar as cores...

















... para se adaptar à intensidade de luz.

5 de jul. de 2009

Ponto de Fuga

Ponto de Fuga

quote: Existe Fim?



Existe fim? Não que os nossos olhos possam ver. O fim é um ponto de fuga, uma abstração. Lugar onde se encontram as retas paralelas, o infinito. É lá onde um dia já morou o casal quociente-incógnita.

30 de jun. de 2009

Michael Jackson

Michael Jackson e a agenda

A morte de Michael Jackson movimenta a mídia desde a semana passada. Eu estava no meio de uma conversa quando minha interlocutora foi interrompida pelo celular. Era uma amiga dela, ligando para contar o chocante fato. Não quero aqui discutir o indiscutível talento do astro, nem suas bizarrices depois da fama. Quero discutir o hoje, o dia depois da morte.

Duas notícias me chamaram atenção: três dos discos do Michael voltaram com força total à lista dos mais vendidos da amazon algumas horas depois; o Google registrou busca pelo seu nome como ataque cibernético, de tantas que foram.

Chego a especular como seria engraçado ele de fato não ter morrido. Depois de ser negro e "virar branco", não seria difícil fazer uma superplástica, virar outra pessoa e sumir do mapa, enquanto a sua obra estoura na mídia e ele (e seus empresários) ganham rios de dinheiro. Ok ok, é bem conspiratório isso. Mas eu só quero atentar para o fato de como a morte pode ser usada (talvez incidentalmente, tudo bem) para promover o que se quer promover. Desviar a atenção de assuntos mais importantes...

Na verdade é uma certa inquietação minha. Sempre acho que a agenda dos meios de comunicação é feita para nos entreter (quanto a este primeiro ponto não há a menor dúvida, pois que ela é feita para vender jornal ou espaço publicitário), enquanto o mundo de verdade rola la fora. Em todo e qualquer fato, insisto em perguntar: Cui bono? Porque é juntando essas pequenas pecinhas que podemos ter alguma vaga idéia do mundo. Ou talvez seja porque eu me sinto atordoado com o volume de informação a que estamos expostos diariamente.

12 de jun. de 2009

Inspirar-se

Inspirar-se

As paredes são brancas
Não são paredes, na verdade.
Por detrás do vidro vê carros,
O céu e a praia ao fundo
O encontro dos azuis

A respiração é lenta e ruidosa
O nariz toca o vidro
Que deixa de ser transparente
É branca
desesperadoramente branca a parede

O ar que respira, sufoca.
Não é nada além de si
O ar deflora o corpo
Sangra-lhe o nariz
Absorto, suspenso, nu

Seus pés tocam o chão
Mármore gelado,
De um frio inebriante

Num rompante,
Atira-se ao chão
Não suportava mais
seu próprio cheiro.
Asséptico
Nem a neutralidade
daquela parede-vidro

Eis que o chão o faz perceber
a gravidade.
E que caia.
Vertiginosamente

Agora que caminha,
deita e acaricia
A simplicidade
que sustenta
corpo e alma.

Como num sopro de leveza
Respira

1 de jun. de 2009

Hoje em um livro de História do Brasil do futuro

Hoje em um livro de História do Brasil do futuro

A partir da abertura política, marcada pelos movimentos de 1985 que culminaram com a carta constitucional de 1988, o Brasil entrou no período que se convencionou chamar de "Nova República", alcunha dada por um dos líderes da redemocratização, Ulisses Guimarães. O traço mais marcante desse período, entretanto, foi a Tripartição dos Poderes às avessas que vigorou na prática. O estudo da História brasileira é repleto dessas "inovações" de engenharia polítca, cuja expressão máxima foi o "parlamentarismo às avessas" do 2o reinado.

Dentro da tripartição dos poderes clássica, o Legislativo faz as leis, o Executivo as executa e o Judiciário julga os casos conflituosos. Na tripartição de poderes à brasileira, o executivo faz as leis através do instrumento chamado medida provisória, que tem prioridade sobre a pauta do Congresso Nacional; este, por sua vez, não está muito preocupado com a sua pauta legislativa, pois ocupa-se basicamente de investigar e julgar os conflitos entre as diferentes correntes políticas nas chamdas Comissões Parlamentares de Inquérito. Ao Judiciário cabe mandar executar as leis, já que ninguém as cumpre mesmo.

24 de mai. de 2009

Os ditados populares e o futebol através da história

Poucos sabem, mas gregos, latinos, romanos e hindus eram fanáticos por futebol e, por isso, têm em sua história uma imensa gama de frases sobre o futebol que hoje em dia utilizamos como ditados populares.

Conhecem: “Quem tem boca vai a Roma!”?
Pois é, a forma original era: “Quem tem boca vaia Roma (Seleção de futebol do antigo Império Romano composta de caneleiros e carniceiros)!”
Hoje em dia é utilizado pela torcida do Lazio da seguinte forma: “Quem tem boca vaia o Roma (atualmente, contém apenas os caneleiros)!”

Outro conhecidíssimo ditado é: “Quem brinca com fogo acaba se queimando.”(ditado grego que se referia aos famosos sinalizadores usados nos estádios)
Atualmente adaptado pela torcida do Flamengo para: “Quem brinca com o Fogo acaba campeão.”

Mas, nada mais curioso do que aconteceu com este antigo ditado:

“A melhor defesa é o ataque!”

Em sua origem multicultural grega-latina-hindu a frase era um pouquinho diferente e dizia “O melhor atacante está na defesa!”, a qual era uma nítida referência ao defensor do Botafogo: Emerson, que tem uma rara noção de colocação dentro da área e um inigualável faro para marcar gols.

Embora, para o Império Romano, um povo mais pé no chão (e na cabeça dos adversários) a frase era interpretada ao pé da letra, e obviamente se tratava de uma previsão para o atual treinador do Flamengo que tem um ataque com a incrível capacidade de tirar a bola da área de tudo quanto é jeito, sem o menor risco de fazer gols.

Porém, anos depois, com o surgimento da filosofia moderna, Hegel, através da dialética, chegou ao primor do futebol que seria, em seus dizeres:

“Um time com o ataque do Flamengo na defesa e a defesa do Botafogo no ataque.”

Cartolas cariocas, pensem nisso...

16 de mai. de 2009

Ensaio III

Ensaio I
Ensaio II

Ensaio III

Ensaiaram aquela amizade meses a fio. Ajudou, é verdade, a companhia dos gêmeos Sofia e Artur, amigos em comum. Sofia era mais intelectual, convidava-os sempre para teatros, museus e filmes “Cult”; Artur era o sujeito noturno, marcava as saídas para dançar, ou mesmo para jogar conversa fora no boteco depois das aulas. Apesar dos gostos diferentes, os quatro estavam sempre juntos.

Já estavam quase sendo elevados à categoria de irmãos postiços, pois viviam na casa dos gêmeos. As tardes de domingo eram de todos os momentos os mais divertidos. Juntavam alguns outros agregados à família e reviviam a infância com Banco Imobiliário, Imagem & Ação, Adedanha, Vítima, Detetive e Assassino etc. Aliás, a Adedanha era o único momento em que às vezes se desentendiam: eram sem favor nenhum os dois melhores jogadores, imbatíveis, e travavam um duelo feroz, seguidos de perto por Sofia.

Sentavam sempre no conforto do chão da varanda. Hoje ela não estava bem, Sofia e ele estavam empatados no primeiro lugar.

- Programa de TV: Fantástico, gritou Sofia, a primeira da ordem
- Fama, disse Rebeca.
- Fantástico também, lamentou Renato. Sofia amarrou a cara.
- Friends, sorriu Helena.
- Nada, disse Artur constrangido, não deu tempo.
- Fica Comigo, comemorou ele, desempatando o jogo com Sofia.
- Sinto muito, interrompeu ela ironicamente, 5 para você.

Ele ficou transtornado e tentou puxar o papel da mão dela. Ela foi mais rápida, ele quase caiu. Todos riram. Enquanto isso ele sorrateiramente conseguiu olhar o papel dela. Estava escrito “Família Dinossauro”, como ele previra. As risadas foram diminuindo e ele sentiu as mãos dela puxando as suas para levantá-lo. Virou-se. Viu que sorriam também os olhos dela.

O tempo parou. Começou uma gritaria ao fundo, mas nenhum dos dois ouvia. Depois de experimentarem o infinito, decidiram continuar a jogar. Sabiam ter todo o tempo do mundo, e que nada mudaria.

E ele resignou-se, feliz, com seus 5 pontos.

7 de mai. de 2009

Hino Nacional Brasileiro

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
(...)
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
verás que um filho teu não foge à luta,
nem teme, quem te adora, a própria morte.

Espera...o símbolo da justiça no Hino Nacional Brasileiro é a clava?
Isso explica muita coisa...

26 de abr. de 2009

Ensaio II

Ensaio II

Ensaiara aquela conversa madrugadas a fio.
Em cada mínimo detalhe.

Encontrar-se-iam por acaso na festa de um amigo em comum. Ficariam constrangidos. Começaria algum assunto bem leve, algo como a recente onda de calor; emendaria sobre praia, e logo em seguida sobre férias de verão. Quem sabe então falariam sobre viagens, como as que costumava fazer para região dos Lagos. Falariam sobre as brincadeiras de infância, sobre o pôr-do-sol, aquele ventinho gostoso de maresia, sobre noites de lua e céu estrelado. Estrelas cadentes! Pediria que ela fechasse os olhos e fizesse um pedido. Quando os olhos dela se abrissem de novo, encontrariam os seus, sorridentes.

(...)

A festa mal começara e os ânimos logo se acirraram. Faíscas saiam a todo o momento. Levara conversa até a Região dos Lagos, quando a pancadaria começou. Protegeu-a o melhor que pode para longe da confusão.

Decidiu por bem levá-la ao ponto de ônibus.

Não. Não foi dessa vez.

18 de abr. de 2009

Ensaio

Ensaio

Ensaiara aquele beijo diversas vezes nos seus sonhos. Em cada mínimo detalhe.

Os lábios se tocariam por acaso. Ficariam ambos constrangidos. Mas os olhos. Os olhos se encontrariam, sorridentes, e se beijariam também.

Tudo ao mesmo tempo. Imaginara até a forma com que os braços dele a envolveriam. O braço esquerdo na sua cintura, a mão aberta em suas costas; o outro braço um pouco acima, a ponta dos dedos afagando-lhe os cabelos. O seu abraço lhe envolveria por completo. Aqueles anos de ballet pareceriam a medida exata para sustentá-la na ponta dos pés.

(...)

O ônibus veio e fez o sinal. Virou para beijar-lhe as bochechas em despedida. Ele fez o mesmo, para o mesmo lado: os lábios prestes a se tocar...

- Opa, desculpe.

Ele virou a cabeça e estalou-lhe as bochechas. Tímida, disse:

- Boa Noite!

Não. Não foi dessa vez.

5 de abr. de 2009

Desde setembro

Desde setembro

Desde setembro
não escrevo algo que preste
A sensação já é algo de que não me lembro
(Talvez fosse dia onze)

Acho que foi em junho
Meu punho começou a ceder.
Foi quando parei de lutar
pelo que não acredito

As palavras não contraiam
mais ao meu comando,
Imaginei se algum dia o tive

Tentei recortar, mas perdi a cola
Tentei valsar, mas meu maestro foi embora

É esse calor que derrete meus neurônios
(e lá vou eu por a culpa nos outros)

Pois é, desde setembro
Parece a política brasileira:
doença intermitente.

A primavera
e logo depois a eleição
Trazem de volta
clichês maravilhosos
Que nunca vivi

Assim o tempo passa
E a vida também
Desbotada em seus versos

Já cansei de escrever tristezas
De sonhar sozinho
Cansei de me esconder
Atrás da palavra “clichê”

Ainda sou o mesmo
O mesmo idealista
Mas que agora tem por ideal
Deixar de lado
essa frescura de inspiração
E fazer acontecer

Junho vem aí!


Vitor Paiva Pimentel, Abril de 2006.

13 de fev. de 2009

Bem, com o passar desses 20 anos eu aprendi muitas coisas interessantes. Hoje, porém, eu gostaria de fazer uma retrospectiva pela minha infância e relembrar alguns momentos, desde os mais clássicos, que muita gente deve ter memórias semelhantes, até os mais raros e únicos. É importante notar que sempre fui uma pessoa muito voltada para dentro de mim mesmo o que me tornou uma criança imaginativa e introspectiva com um domínio estonteante da realidade...

O Mundo é mágico, Flávio!

Eu fui uma criança bastante cândida... A ponto de morrer de rir da famosa frase “Vamos fazer um Canguru Perneta” sem ter a menor idéia do que significava. Isso rendeu alguns bons momentos:

_ Paiê! O que é um Canguru Perneta???
_ É um canguru que pula numa perna só meu filho...
_ Ahhhh!!!

Depois:
_ E o que é afinal fazer sexo?
_ Bem...er...não tem o sexo masculino?Então, tem o sexo feminino também!
_ Hum! (Percebendo que havia algo de errado e que não era bom continuar no assunto.)

Percebe-se aí a extrema perícia de meus pais em me ludibriar.(Pois é, Freud colocaria essa como a origem de muitos de meus problemas atuais.)
...

Eu dancei feliz e contente, como todo o mundo, a “melô do Tchan”. “Joga ela pro meio, mete em cima, mete em baixo, depois de nove meses você vê o resultado”, é incrível como eu não entendia esse trecho, aliás, eu antigamente achava que as músicas tinham muitos versos que não queriam dizer nada. Cresci, e muitos continuam sem fazer o menor sentido.

Por volta dos oito anos eu fiz a seguinte afirmação, sentado no banco de trás do carro de meus pais com dois amigos (um deles era mulher):

_ Pai!!! Olha só! Um cavalo de cinco patas! Que legal! Será um unicórnio?
(Risadas, muitas risadas!)
...

Eu demorei anos para entender porque comer tatu dá dor nas costas. E depois saí contando por aí a minha descoberta!
...

Aos quinze anos eu tive a seguinte conversa:

_ Caraca Thomás! O que é aquilo?
_ O mar!
_Sério? Que legal! Vamos marcar um dia para vir tomar banho de praia?

( Detalhe: Estávamos no meio da Vila Valqueire e o que eu via na verdade era névoa vista de longe e de um lugar mais alto. Em legítima defesa eu afirmo que parecia muito, muito mesmo!)
...

Aos vinte anos eu também protagonizei conversas seríssimas:

_ Vitor! Vitor! Vou virar bolsista de iniciação científica!
_ Sério cara!? Meus parabéns! Que legal!
_ Então, a UFRJ vai abrir a conta pra mim?

Resultado: Vitor me fez repetir essa pergunta para várias pessoas, inclusive ontem mesmo ele narrou a história e me fez repeti-la para o Roberto.
...

Bem, fica aí o convite: Quem quiser relembrar essa adorada e sonhadora fase que é a infância junto comigo seja bem vindo!

Ah! Um adendo: Esse texto veio muito no impulso sabe? É que eu estou enrolando para escrever dois textos mais densos e complicados, por isso peço desculpas a várias pessoas que esperavam por um deles!
(Várias!?)

28 de jan. de 2009

De Petrópolis para o Rio e do Rio para qualquer lugar

De Petrópolis para o Rio e do Rio para qualquer lugar

Carina de Melo Itaborahy, de 21 anos, mora no Rio de Janeiro há dois anos e meio. Tempo suficiente para desconsiderar a Cidade Maravilhosa como local de trabalho e residência depois que se graduar. Sua permanência é ainda assegurada pela UERJ, onde cursa jornalismo, e pela Fundação Roberto Marinho, onde estagia. Nada que a impeça de planejar seu futuro alhures. Em Florianópolis, por exemplo, onde Carina celebrará o Réveillon a convite de um amigo. Ela pretende averiguar se a paragem é tão “supercalma” quanto o futuro anfitrião descreve.

Esse anelo de verificar a superlativa tranqüilidade do local possui razões de ordem traumática e de habitat natural. Sobretudo traumática. A petropolitana Carina nunca enlanguesceu o vínculo com sua bucólica cidade natal desde que veio para o Rio. O retorno à casa dos pais ocorre, via de regra e se Deus quiser, todo final de semana.

"Desde que eu vim para o Rio, só passei uns quatro finais de semana na cidade. Tenho medo de sair no Rio por causa da violência", relata Carina.

Ela morou por um ano em Botafogo e depois se fixou em Vila Isabel, num condomínio localizado entre o Morro dos Macacos e o da Mangueira. Vez por outra a sinfonia do tiroteio acorda os condôminos pela madrugada.

Mas nem só de barulho vive o estresse. E ao que aflige Carina - cujos sintomas são cabelos brancos, já visíveis entre suas negras madeixas, irritação diária e insônia - não faltam agravantes mais palpáveis.

"Sofri uma tentativa de assalto quando caminhava do Maracanã para Vila isabel. Eu estava distraída, ouvindo meu mp3, quando um sujeito apareceu do meu lado e disse que se eu não desse o aparelho ele iria estourar meus miolos", conta Carina, que ignorou a abordagem e escapou correndo.

O episódio aconteceu quando a estudante estava de férias na faculdade e no trabalho e disposta a passar - arriscar? - três semanas na cidade. Carina perdeu a aposta e o Rio, o que lhe restava de credibilidade. "Depois disso, arrumei minhas coisas correndo e voltei logo para Petrópolis", ela diz.

Para se prevenir do dia-a-dia da cidade, a petropolitana adotou medidas a que estava pouco afeita: caminha olhando para trás, carrega apenas a segunda via dos documentos, protege a mochila quando uma bicicleta se acerca e não envereda por ruas desertas.

Ainda que seguidas à risca, tais precauções pouco significam a um assaltante bem disposto, ou nem tanto. No início de agosto o condomínio onde Carina mora foi invadido por dois ladrões - um homem recém-baleado e uma mulher.

"Era por volta de umas quatro horas da manhã e o casal arrombou os dois portões do condomínio com uma chave de fenda. Os dois portões tinham câmera e alarme que soou, acordando um morador que chamou a polícia. Na delegacia, o ladrão confessou ser fácil entrar naquele local”, relata, incrédula.
A invasão foi a gota d'água para a estudante de jornalismo, que já planejou uma inspeção da qualidade de vida do Sul do Brasil.

26 de jan. de 2009

La vem eles

La vem eles

"If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is, infinite."¹
"A verdade é uma coisa bela e terrível, e portanto deve ser tratada com grande cautela"²

- Deu errado de novo! Lá vêm eles!
- Corre!

(...)

- Você e seus planos mirabolantes...
- Você e sua boca!!
- Eu não tenho culpa, estava no roteiro...
- É, eu sei, desculpa.
Espera ai, desculpa nada! Isso aqui não é uma peça de teatro, é a vida real!!! Não tem roteiro droga nenhuma!
- O roteiro das nossas vidas é o destino...
- Sei! Uma forma brilhante de se livrar das suas próprias culpas.
- Mas assim você me ofende! Não é você mesmo que prega as liberdades? Inclua então a religiosa e de pensamento. Desculpe-me se isso lhe soa como se eu estivesse tentando fugir às minhas responsabilidades. Eu realmente acredito no destino. E você também deveria, pois Ele governa nossas vidas: a sua também!
- Ai meu bom deus, daí-me paciência.
- Não tome o nome de Deus em vão. Ao menos seja coerente com as suas próprias descrenças! Se continuar assim, Ele não nos absolverá e não conseguiremos escapar dessa enrascada... que, aliás, você engendrou!
- Tomara! Mas agora cale a boca porque eles ainda estão na nossa cola...

(...)

- Desde o inicio eu achei que esse seu plano mirabolante não daria certo...
- O que? Então porque aceitou para inicio de conversa? Não é você quem diz que devemos ter fé? Se nem você acredita, não tinha como dar certo mesmo.
- Ora... que pergunta idiota, eu aceitei porque tentar é nosso desti
- (cortando) Vê se cala essa boca e continua correndo!

(...)

- Acho que conseguimos! Ao menos por enquanto...
- Eu também acho. Eles voltarão?
- Creio que sim, mas quando for, estaremos melhor preparados!
- Não sei... me parece que depois de todas essas tentativas, ainda não conseguimos sair da estaca zero... bom! Sobrevivemos mais uma vez. É o que importa!
- Verdade. Mas até quando?
- Só Deus sabe...
- Pois é... só deus sabe.

E as portas da verdade eterna se fecham mais uma vez às costas de nossos heróis.




-------------------------------------------------------------------------------------
1 - Um longo trajeto fez essa citação chegar até aqui.
Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Doors_of_Perception
"[...] uma das razões porque as portas da percepção normalmente ficam semi-cerradas seria para a própria proteção do indivíduo, que de outra forma se distrairia com a enxurrada de estímulos desnecessários para a sobrevivência."

2 - ROWLING, J.K. "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

11 de jan. de 2009

No começo

Era a lua
O reflexo do sol
Era a manhã
Um raio de luz
Era o certo
O contrário de errado
Era a vida
Um jogo de dados
Era o vento
A borracha do tempo
Era a morte
Um instante de sorte
Era o espaço
Um ser lúdico
E era uma vez...
Que fora para sempre.