9 de nov. de 2011

Invenção

Não sou afeito à inspiração. Com precisão matemática, invento que invento.

Cada detalhe, casa mísero detalhe, posso lhe assegurar, foi minuciosamente estudado. Não há interpretação possível que me escape à atenção.

Escolho cuidadosamente pontos e vírgulas;

quero dominar tua respiração, caro leitor.

Com muito esmero, 
alitero.
Reitero:

escrever não é cortar palavras,

mas desinventá-las.

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Frases cortadas do texto:

Evoco suores e suspiros. Riso. Gozo. Suspense.
Assim, ninguém jamais desvendará a pessoa simples por trás do enigma de palavras; daquele que nada mais é além do que escreve.

31 de out. de 2011

Respostas

Respostas, não quero-as para mim
Quero encontrá-las para oferecer de graça
Àqueles que padecem da dor da dúvida

16 de fev. de 2011

Saori está com fome

Achei este texto nos arquivos mui antigos do meu computador. A autoria, conforme meu arquivo original, é de Carla Chabet, embora eu não a conheça. Fiz uma busca no Google e não achei nenhuma referencia em nenhum blog ou página da web, portanto, posto ele aqui para que ele passe a estar disponível na internet. Caso a autora considere alguma violação de direitos autorais, por favor me informe nos comentários que retiro o texto imediatamente.

O meu arquivo não está com título, por isto coloquei este que me pareceu adequado. Aceito outras sugestões.

Saori está com fome
Por Carla Chabet. Copyright © 2004

Saori (fazendo um comentario) - Acho que estou com fome.
Shiryu - Com fome?!
Saori - Sim, com fome.
Seiya - Então vamos, não podemos ficar aqui parados enquanto Athena morre de fome!!!
Shun - Vc está dizendo que Athena está morrendo de fome?!
Ikki - Foi o que ele disse. Alguém terá que ir até a padaria.
Hyoga - Até a padaria?!
Ikki - Sim, precisamos de pão.
Seiya - Pão?!
Shiryu - É, Ikki tem razão, pão seria a escolha mais prática.
Seiya - Eu irei até a padaria então!!!
Saori - Não Seiya, vc está cansado, precisa se recuperar!!!
Shun - Ela tem razão Seiya, eu posso ir se vc quiser.
Seiya - Não Shun, é melhor que fique toamando conta de Athena. Não se preocupem voltarei logo.
Hyoga - Não sei Seiya, vc não parece muito bem, talvez não seja o mais idicado para trazer o pão.
Seiya - O Que vc está dizendo?! Posso pegar o pão. Será difícil, mas elevarei meu cosmo ao máximo.
Shiryu - Eu gostaria de te acompanhar Seiya.
Seiya - Será uma honra Shiryu.
Shun - O Shiryu vai também?!
Saori - Talvez também seja conveniente trazer leite.
Shun - Leite?!
Ikki - Leite seria bom.
Hyoga - Neste caso eu também vou.
Shiryu - Precisamos nos apressar, o tempo está correndo, o estômago de Athena ronca cada vez mais alto.
Shun - Mas então será pão e leite?! Quanto de cada um?!
Hyoga - Não sei Shun, o que vc acha?!
Shun - Eu?! Ah, eu não sei!! O que farei?! Ikki me ajuda!!!
Ikki - Acho que 10 litros de leite e 30 pães daram para todos nós.
Shiryu - Deve ser o suficiente.
Shun(olhos mareados) - Que bom que vc está aqui irmão!!!
Hyoga - Não temos mais tempo!!!
Shun (em soluços) - Está dizendo que não temos mais tempo, é isso?!
Ikki - Chega dessa ladainha, vão logo buscar esse maldito pão!!!
Seiya - Ikki tem razão, vamos!!!
(...)
Tatsumy - Eles estão demorando! Onde está o pão??????!!!!
Saori - Confio em Seiya e nos outros... Eles trarão o pão.
Shun (ainda entre lágrimas) - Sim! Eu tb acredito!!!
Ikki - Devem estar com problemas, eu, a ave fênix, vou ajuda-lo!
(Quando Ikki chega descobre que Shyriu ficou para tras num cruzamento movimentado, segurando os carros para que Hyoga e Seiya passassem; Hyoga ficou chiorando esperando a morte na frente da vitrine dos croassants, os preferido de "mamãe!!!" e o Seiya está se acabando com o padeiro, quase morto pensando "Meus amigos e Athena precisam de mim! Não posso jogar seus sacrfícios fora!! Não vou morrer agora!!!" dae ele atinge o sétimo sentido e derrota o padeiro.)
Doze horas depois, quando Athena está prestes a definhar, eles chegam com o leite e os pães.
 

21 de jan. de 2011

Diluvio

- Ta quieta por que, minha filha? O gato comeu sua língua?
- Eu teria muito o que dizer, pai. Mas a água levou tudo, não importa. Agora precisamos mais dos braços do que da boca.

3 de jan. de 2011

Fugacidade (ou a ausência eterna)

Ah, o eterno desenlace.
O desenrolar de um nó, de uma fita
Eternamente atada.
Ah, o fim. É o fim.
E nada mais.
Me pergunto: o que foi feito da poesia...
Porém, há a vida que tem de ser ganha.
Mas parece que quem ganhou foi a vida.
A vida, ávida, a vida.
Só um pôr-do-sol,
Imagem onírica de minha infância
É assim que se vive a vida,
Num sonho eterno onde passarinhos
Cantam ao entardecer e galos tecem a alvorada
E ao mesmo tempo, se perde tudo isso
Trabalhando para um mundo caduco.
Caduco porque esquece. Não, não a poesia,
Porque ela está em todas as coisas
O esquecido é homem, coisas, a vida...
Um eterno sistema de retroalimentação
Sem sentido, sem fim aparente, sem objetivo.
Que serve apenas para esquecer
E quanto mais se esquece, mais se ganha.
Ninguém sabe ao certo o quê.
Mas graças a Deus há o fim, que é o fim.
Que serve apenas para terminar a poesia.
E nada mais.