13 de out. de 2008

Seis da manhã (Em flashes)

Já a noite vai devagar
Com o orvalho pelo chão
E as luzes da manhã a revelar
O que antes era escuridão.

Minha alma fica a velar
Por alguém que a abandonou
Ouvindo sussurros de amor
Que ninguém jamais escutou.

E é o coração que dispara
À hora que morre em dor
É a vida que já se vai, vazia
Antes plena de amor.

2 comentários:

Anônimo disse...

No meu imaginário, seis da manhã é o momento do despertar. É interessante como uma pessoa noturna constrói a imagem inversa, isto é, de a manhã a revelar as feridas, enquanto é a noite plena de amor.

Para mim, o sol da manhã cura, como aliás aconteceu hoje de manhã quando vi o céu azul depois de semanas de nuvens e chuva. A manhã preenche, não esvazia.

Unknown disse...

A minha maneira de enxergar é diferente da de vocês, mas se aproxima mais do que o Vitor escreveu, porque assim como ele, sou diurno. Aproveito muito mais a luz do sol, que me dá muita energia e alegria de viver. Nela enxergo força de renovação, criatividade e poder de ação, um dinamismo que não enxergo na noite. Mas não vejo nela uma idéia de despedida, ou morte. Na verdade, pra mim a mudança de cenário é uma representação de diferentes características de personalidade de um elemento que é a própria vida. São fases que se completam e se revezam de forma QUASE religiosa. Ênfase no quase porque a alternância só se faz com a permissão das nuvens, que podem inibir tanto o potencial renovador solar, quanto o charme inspirador da lua e das estrelas.


P.S: Uma pena ver 2 textos de tão boa qualidade serem postados com um intervalo de apenas 4 minutos. Nenhum deles merecia dividir atenções.