5 de out. de 2008

Fui votar armado

Fui votar armado

Por Gustavo Pimentel, em 24/10/2005

Acordei não tão cedo no Domingo, mas o suficiente para votar de manhã. Tomei café e fui dar uma última lida no jornal, já que aquele seria o derradeiro momento de confirmar minha opinião. A matéria de capa mostrava mais um caso trágico: em uma discussão de bar sobre o referendo em Juiz de Fora – MG, um partidário do NÃO deu 3 tiros em um defensor do SIM e fugiu. Decidi sair de casa armado para votar, para me defender de "cidadãos" mais exaltados.

Chegando no colégio público onde voto, uma surpresa agradável: não havia filas! Um segurança na porta queria saber se eu estava armado. Mostrei a arma e ele autorizou minha entrada. Encontrei rapidamente minha seção e antes que o mesário perguntasse alguma coisa, apontei minha arma em sua direção. Ele pegou meu título de eleitor, digitou o número e me autorizou a ir até a cabine para votar. Depois de 2 segundos eu estava de volta, assinei o livro e tive minha arma devolvida. O dever estava cumprido.

Ano que vem teremos mais uma oportunidade de usarmos nossa maior arma para a democracia: nosso título de eleitor. Oxalá tenhamos aprendido um pouco mais com essa oportunidade do referendo: a maioria nem sempre é inteligente, mas que se cumpra sua vontade!

[Homenagem a quem nunca abandona seu senso crítico, e que, feliz ou infelizmente, foi obrigado a justificar sua ausência no pleito de hoje - VPP]

4 comentários:

Unknown disse...

De fato o Título de Eleitor é uma arma. É preciso ter um bom esclarecimento antes de usá-lo, sob pena de dar um tiro no próprio pé. E é aí que entra um tema polêmico: a Reforma Política. Em um país repleto de analfabetos funcionais, não seria perigoso obrigar todos entre 18 e 70 anos a votar? Só pra tentar sustentar meu argumento que defende o voto opcional vou citar 2 situações.

Nas eleições municipais de 2004, um conhecido meu me confidenciou ter votado em Eliana Ribeiro para veradora porque graças à sua musiquinha ridícula, foi a única capaz de inserir seu número na memória do sujeito.

Conversando com outra conhecida, sobre as eleições 2008, a mesma me revelou que votaria em Eduardo Paes. Perguntei o motivo, e ela me respondeu que queria evitar o 2º turno porque é muito chato votar.


Será que é justo obrigar todos a manipular essa arma? Será que o manuseio inconsciente não poderia colocar em risco o resto da população?

Unknown disse...

Em tempo: que esse meu argumento no comentário anterior não sirva para desestimular os produtivos e intensos treinamentos de manuseio bélico eleitoral, se é que vocês me entendem.

Flávio disse...

Texto habilmente selecionado...Concordo com o Renan...Relembro agora aqueles nossos momentos de 201!O copo!!!Quem não lembra???
Continuo a apreciar e muito os comentários do Renan...rsrsrs...estão pau a pau com os seus hein Vitor?Vai perder o posto de comentador oficial do Blog!!!
Hueehuehueheueheu...vcs podem revezar...

Anônimo disse...

Faço então a pergunta contrária. Qual o critério para saber se uma pessoa pode votar ou não? O voto facultativo, ao mesmo tempo que tira esses preguiçosos, tbm tira os que saberiam manusear a arma, mas estão revoltados (como não estar) com a situação dos nossos políticos.

De qualquer maneira, nesse caso, o arranjo institucional tem pouco poder de mudança quando o voto ser "desqualificado" e despolitizado tem outras razões de ser.