Resolvi aproveitar a deixa da Mari para amor...
Meus poemas não são nenhuma maravilha. Mas eu gosto de escreve-los. Esse por acaso foi o mais trabalhoso que já fiz... demorou muitos dias até ficar do jeito que está(claro que dias não consecutivos).
Alias, queria deixar bem claro o caráter metafórico de todos os personagens! Coloque no lugar deles o que você achar mais interessante...
E leia com carinho porque é longo.
As passagens com termos técnicos de música eu coloquei no final o significado.
Chega de conversa!
A grande dança
I – Valsa de Lug..
Andante con brio, maestoso
Em um lugar sem ar nem gravidade
Duas almas se encontram; identidade!
De braços abertos, de braços dados
Os corações, maestros do silêncio,
Regem a viagem ao infinito
E, a três por quatro valsam num rito
A grande dança, num derradeiro incêndio
E tudo são: dançarinos e músicos
Unidos pela mesma melodia
O sangue pulsa na mesma harmonia.
Trilharemos juntos esse caminho
Seguindo nossa própria consciência.
Eu sei, nunca encontraria sozinho
Fim, nem o sentido da existência...
II – Adágio
Tempo Rubatto
Eis que ao encontro da
nossa alegria, veio o
espírito dissonante
Primeiro acompanhou,
com graves e metais, a
melodia que nos fazia um
Depois, à melodia, fez contraponto e
com todas aquelas fusas, deixou
-me confuso
Ela, fascinada, achou
Mais bela outra melodia:
Concedeu-lhe a contradança
(Minha caneta começou a falhar)
Meu coração agora sozinho bate sem métrica
Num sincopado lento e descompassado
Rallentando tenso
Até Parar
...
III - Quadrilha (de festa Junina)
Alegro assai, com fuoco
Não parou;
Continua a grande dança.
Não é valsa, nem balada,
Mas quadrilha.
Revezam-se os pares,
Atordoados.
Pés, incansáveis, pisam
E são pisados.
Todos se amam e se odeiam,
Num ritmo frenético.
Corações sem dono são
arrastados pela rua.
O amor centrifuga faz a roda girar
(ou será apenas a burrice?)
gira, gira mais rápido, tão rápido
que as mãos, frágeis elos, se soltam
Dão adeus ao nada
Fingindo sorrir.
E a dor desatina,
Sem doer nem ver...
Mesmo assim, nunca,
Nem por um segundo
(quanto vale um segundo?)
Deixaremos de estar
apaixonados pela vida.
e loucos pela morte
abandonados à própria sorte
dançando quadrilha
sem parar!
se parar?...
separar?
sem...
...parar!
Vitor Paiva Pimentel
Con brio ou Con Spirito com vigor, com espírito
Tempo rubatto - literalmente, tempo roubado. A música é executada com pequenas variações de andamento ao longo do fraseado. O intérprete escolhe a extensão da variação de acordo com o efeito desejado.
Fusa - é 1/32 do tempo do compasso, ou seja, normalmente uma nota muito rápida.
Sincope (música) - É uma nota tocada num tempo fraco prolongada a um tempo forte.
(medicina) - Perda súbita dos sentidos, desmaio
rallentando - diminui o andamento. A música se torna gradativamente mais lenta ao longo dessa marca
Assai - muito (ex.: allegro assai - muito rápido)
Con fuoco com fogo (vivo e agressivo)
5 comentários:
Depois de duas (inúteis) discussões com o sr. Vitor eu vim cá comentar
conheço a idéia... genial
conhecia o texto... tá mudado...
realmente mto bom... bem construído
parabéns
mas cauby é bom cara...
Oi Vitinho!!
Visitei seu flog viu??
Bjinhos
Lê
Outro dia fiquei o maior tempão tentando comentar, mas toda hora entrava a maldita página que não pode ser exibida. Agora tô sem inspiração pra um novo comentário, mas deixo registrado aqui que li o texto. =)
Ah, e claro: adorei, como não podia deixar de ser!
Flavinho, num é à toa q vc vai ser publicitário, vc nasceu pra isso!!!...vc não poderia desperdiçar esse seu dom fazendo medicina...mesmo gostando tanto de ver sangue!!!...rssrsr...lindos os poemas!!...beijos
Cíntia
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