7 de jun. de 2006

Graças a minha insônia, uma aventura que tive vivendo perigosamente antes de tentar dormir e uma frase que um amigo querido disse esse texto surgiu. Ele tem influência também de um outro amigo meu, o rapaz sapeca Breno Dalla. Ah, devo admitir, eu gosto desse texto. Desejo que vocês o apreciem!!!
Não esquecendo de escreverem suas opiniões, logo críticas!Até e Carpe Diem!
{E sim, eu sou Limão Lilás..rs..}__________________________________Mariana M.B.S.




AO MESTRE, UM PULINHO.

{...}
- Mãe, olha pra mim... escute o que tenho a te dizer.
- O que foi, Robesval?
- É que eu quero...
- Hum!- {a mãe come, sem olhar para ele}
- Olha pra mim, mãe!
- Ah! Fale! O que é? Quer ir à ponta do pêlo do coelho? E olhar nos olhos do grande ágil, como diz aquele livro maluco que você está lendo? Eu ouvi você comentando com Seu José.
- Mãe, O Elvis é um cachorro, em primeiro lugar. E em segundo lugar, é Grande Mágico. E terceiro, o livro é maravilhoso, conta a estória da filosofia de uma maneira linda e o Seu José concorda. - { e balança a cabeça}
- Que nada! Aquele livro e Seu José são incentivadores de jovens inúteis e preguiçosos... faz você cuspir no prato que come!- {e abaixa a cabeça, voltando a comer}
- Mãe!
- Não vê que estou comendo!!!
- Você não pode parar um pouco e me ouvir? Tenho certeza absoluta que sua comida não sairá correndo de você. Até por que você está nela!
- Você se acha tão superior, né, Robesval?
- E se eu for? Aaaa... eu sou diferente, eu sei disso. Na verdade, todos somos diferentes uns dos outros.
- Quem está colocando essas idéias na sua cabeça? Você não vê? Estamos num cachorro de segunda categoria! Você deveria estar buscando um de primeira, assim como o Júlio fez para a família dele ao invés de ficar com esses pensamentos bestas...
- Mãe, eu não quero ser igual ao Júlio! Eu quero ir trabalhar no circo! É isso que estou tentando dizer.-{ fala com os olhos brilhando}
- Ai, você só me dá desgosto! Lembro-me daquele dia em que você quis ir para o focinho do Elvis, e ficou lá parado. Eu gritei tanto. Achei que fosse o seu fim!
- Aquele foi o dia mais feliz da minha vida!E eu quero mais dias como aquele, mãe, por isso vou para o circo.
- Circo? Mais uma idéia maluca. Você ... eu não sei mais quem é você...
- Eu mudei, mãe. E tenho que ir porque sei que aqui não serei feliz.
- Eu não consigo entender... mas eu quero que você seja feliz.
Então vá, Robesval.Vá...
- Mãe! – {vai à direção dela, e a abraça}
- Adeus, filho.{diz, enquanto vai embora, perdendo-se na pelagem}
- Até um dia,Mãe...


Robesval vai até a ponta de um pêlo, contempla a água que o cão bebe e pula para fora da pelagem de Elvis.

*****************************************************
Robesval foi a primeira pulga a ir trabalhar no circo. Sua vida é vista como uma lição de paciência e coragem para todas as pulgas que querem fazer circo, teatro, etc. e encontram dificuldade para se realizarem como artistas.
Ele teve participação na criação da música “Como vovó já dizia” de Raul Seixas por sussurrar no ouvido de Raul o trecho “a formiga só trabalha por que não sabe cantar” .

*****************************************************

Este texto é dedicado ao Mestre, Robesval, com muito carinho. E a todos que temem dar o primeiro passo, pulo ou vôo em direção àquilo que realmente querem.

P.s.: “Arrisco, logo existo”- Robesval Argunte, o Mestre .





Limão Lilás

8 comentários:

Anônimo disse...

muito bom o txt, mari,

para bem arriscar, acho, é necessario o bom e velho auto-conhecimento. sabermos até onde podemos ir, qual de nossos limites é, digamos, mais flexivel. e isso dá um trabalhão.

paz e luz a vc e a todos.

bjs.

post scriptum. me lembrou um psmto, pra variar... :)

" Venham até a borda, Ele disse:
Eles disseram: nós temos medo.
Venham até a borda, Ele insistiu...
Eles foram... Ele empurrou... E eles voaram!"

Anônimo disse...

Eu quero ser uma pulguinha..
mas minhas perninhas se sentem ainda fracas demais pra pular e conquistar o mundo. Eu quero voar e nao pular, mas como pular se engatinhar parece impossivel..

texto lindo mahh!!

ti amo mto!

A Tua inspiraçao comove os ventos que sompram em meus ouvidos frases sorridentes!

fica com deus!

beijos!**

Anônimo disse...

Clap clap clap!

As cortinas se fecham. Os olhos se fecham. A mão cai ao lado.

A peça terminou repleta de aplausos.

A vida também.

Anônimo disse...

Nossa... vc tambem leu o mundo de Sofia!!!! Eu li duas vezes e ainda dei pro Flavio ler... hehehe

Achei mt bonitinha a parabola por ser diferente, e de superaçao!

So nao consegui deixar de lembrar de um episodio de Dropi, em que ele tem no seu pelo pulgas que tocam jazz! é muito legal!!!!
aiai... eu e minhas comparaçoes bizarras
beijos Mari, continue escrevendo!!!

Anônimo disse...

Poxa Mari...esse texto caracteriza bem o estado de liberdade q eu digo q vc vive, e o qual eu achu muito legal...Eu meio que nem sei ao certo definir seu estilo...só sei q vc me parece ter uma imaginação incrível!Belo texto!Acima de tudo...Liberdade!

Anônimo disse...

Aff...agora que me dei conta, li esse texto a tanto tempo e acabei esquecendo de comentar! Será que depois de tanto tempo os artistas desse blog vão ter coragem de vir aqui em baixo dar uma espiadinha nas coisas ou será que já não desejam mais sair do topo do pêlo e visitar alguns pobres mortais que ainda estão na base? Enfim, terei de arriscar... muito bom esse conto, uma viajem fosolófica interessantíssima! Sem contar que retrata um pouco da biografia dessa pulga fantástica que conquistou todos àqueles que se coçaram na sua presença =)

Anônimo disse...

olhar para baixo é necessário.
hoje foi um texto meu amanhã será dos outros.
precisei retornar a esse texto para pegar um pouco da coragem e paciência de Robesval...


mudar de pnt de vista sempre
para poder ver mais e além
e, ou talvez, olhar o que está bem próximo só que num nível diferente.


memória,é preciso ter memória
para ver o presente como presente e no passado um poço de aprendizado

e o futuro?
o futuro ...

dele não quero nada
peço apenas ao tudo e ao nada: bons ventos!

Anônimo disse...

Voa

ou simplesmente Pule

como Robesval...

desrespeitável público