26 de out. de 2009

O Martir da Liberdade

O Mártir da Liberdade

Ele queria a Liberdade, a mais pura e cândida Liberdade. Mas todas as suas tentativas esbarravam no Outro.

À todas as Suas ações, o Outro inevitavelmente reagia. Talvez não seguindo a Terceira Lei de Newton, talvez não seguindo a distribuição de probabilidades de Gauss, mas reagia. Por conseqüência, Sua Liberdade não era plena, pois sempre teria que se defrontar com a reação do Outro.

Foi então que percebeu a sutil cilada: a inexistência de Liberdade era condição intrínseca à vida. Se agisse no momento zero, o Outro reagiria no momento um, e sofreria as conseqüências desta reação no momento dois.

Concluiu, em sua lógica inabalável, que a única forma de ser livre era não viver, pois não estaria mais presente quando o Outro reagisse à notícia de seu derradeiro ato de Liberdade.

O Outro chorou, passou algumas noites em claro; mas Ele não estava mais lá para ver, ouvir, sentir... eliminara o momento dois.

E a Vida? Continua. Sem Ele.

5 comentários:

Thiago Kuerques disse...

Terrivelmente bom. Essa liberdade é pura utopia. Mas que ninguem deixe de acreditar. Vai ver o segredo é esse.
Abraço

CArina CAmila disse...

Vitor, simplesmente perfeito.
Cara combinou com meu momento de reflexão. Adorei.

E concordo com thiago.
O segredo.. é acreditar.

beijos!

. carolina . disse...

"Liberdade,
essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

Cecília Meireles

Pra mim, não dá pra falar em liberdade sem lembrar desse trecho.

Bjo, Vitor!

[Como estás?]

aluah disse...

sobre teu comentário no meu blog:


adoro-te.



ah, sem Ele sigo eu também.

érica disse...

Liberdade já me roubou algumas noites de sono.
Talvez exista uma lógica. Talvez faça sentido.
Mas, veja bem, não seria essa liberdade que a gente implora: abra as asas sobre nós.
Talvez a verdadeira liberdade só exista do lado de dentro. Aqui na cachola, sabe?
É uma maneira interessante de ver a coisa, acho...