Recorte e cole
Vivo no infinito
O momento não importa
Que eu permita abrir a porta
Para me deixar entrar.
A vida se reparte em crimes
- Quantos ainda não cometi?
Perdido nesse jogo de luzes
Ah, como eu queria estar...
Os erros se repetem
Não me amole:
Recorte e cole
Leio, eu penso, me falam, repito
O mundo é e sempre foi o mesmo
Será que ele não evolui?
E será que isso me inclui?
Penso, logo existo e
Logo desisto de tentar entender
O motivo de tamanha estupidez:
- Tenho mesmo que matar para não morrer?
Os versos se repetem
Não me incomodo
Apenas recorto e colo
Eu estava à toa na vida
Quando o meu amor me chamou
Pra dizer que não há saída
E depois de chorar se calou
Eu disse a ela “recorte e cole,
Tudo vai ficar bem:
se os erros se repetem quem
acerta deve ser imitado também"
Os versos se repetem
Não me amole:
Recorte e cole!
Os erros se repetem
Não me incomodo
Apenas recorto e colo
A grande dança não perde o bumbo
O show da vida segue seu rumo
A roda viva nos carrega a todos
E alguns espertos se passam por tolos.
Vitor Paiva Pimentel – “Poesia!?” – 10/2005
Comentários pessoais:
Não sei porque nunca postei esse poema. Ele é um dos que mais me orgulho em ter escrito. Hoje ele me dá um certo tom de nostalgia, além de me fazer perceber o quanto eu não mudei. Foi uma tentativa de fazer um poema dadaísta, conforme prescreve Tristan Tzara. Recomendo a leitura:
http://antologiadoesquecimento.blogspot.com/2005/06/para-fazer-um-poema-dadasta.html
Ganha um chocolate (é sério, pode cobrar) quem acertar todas as citações! (dica: a maioria são citações relativamente pop. Apenas uma eu considero dificíl. E há uma em que eu cito a mim mesmo, então não conta)
O Cortejo
Há 2 meses