Humano, demasiado humano?ouSobre a morte do super-homemPrólogo:
Para teorias racistas do século XX, XIX, XVIII ou de qualquer tempo, cabe apenas o desprezo. Mas para o homem, o que cabe?
É preciso não se envergonhar e mais uma vez mergulhar fundo no homem para compreender essa nova aparição. O século XXI nos reserva um futuro glorioso (integrado?) em que a ciência vem se tornando o discurso da verdade apesar de sua historicidade e da falta de veracidade na própria história. Um paradoxo? Sim, mas não o pior deles. Dizia Nietzsche que com a História é preciso saber lembrar para se ter o que superar e saber esquecer para não ficar preso eternamente aos mesmos paradigmas. Como pode então a ciência da causa e efeito estar por criar o super-homem?
Sim, as limitações dia a dia se transformam em pó frente o ímpeto da revolução científico-tecnológica, vide as curas para as doenças, a fertilização in vitro, as células-tronco... Por aí vem o super-homem? Então, vem também o segundo paradoxo: O homem está morrendo e evoluindo através de uma ciência que se atém ao passado. Algo mais pós-moderno? Aliás, algo mais absurdo do que algo que ao tentar justificar é já negá-lo?
Porém, o que mais assusta é a pergunta: “Que homem é esse que está morrendo?” Se tomarmos como base a velha definição de que o homem é sempre aquele que falha, aquele que morre, aquele que sofre, o que é por definição imperfeito. Talvez facilite a compreensão, mas há uma segunda pergunta: O homem se tornou completamente humano? Nos elevamos totalmente do nosso estado animalesco anterior? Completamos a sublimação? Ou, a falha na sublimação confirma realmente a nossa essência humana?
Algo mais pós-moderno e irônico do que superar algo que nem fomos capazes de sermos completamente? Como então salvar o super-homem do pós-modernismo?
Tenho a impressão que se o super-homem vier no século XXI, ele será relativizado em pleno vôo, e ao tentar confirmar sua existência provaremos por A+B a sua não-existência. Perceberemos então, que falta o homem. E, assim para o Übermensch restará a involução para o homem. O que seja talvez o que a humanidade tanto necessita.
Prólogo: Que morra o super-homem e nasça o homem antes.