27 de set. de 2008

Simples e singelo...Para Bruh

Da inspiração

Eu escrevo para não ser sozinho
Para ser livre feito passarinho
Que voa alto e cintila
Colorindo o céu da manhã

Eu escrevo pelo seu carinho
Por um pouquinho de atenção
Por uma poesia sem objetivos
Que ganha o mundo sem intenção

Eu escrevo porque o instante existe
E sem ele não sei viver não
Sem uma caneta, sem um lápis
Guiado pela minha mão.

Eu escrevo porque gosto de ti
E sei que gostas de mim também
Então escrevo apenas para ouvir:
Te compreendo melhor que ninguém!

7 de set. de 2008

Inteligência

Hoje é o dia que o pau-brasil se tornou brazil.

Como não sou patriota nem nacionalista (a pátria que me pariu não permite esse tipo de orgulho), o texto a seguir nada tem a ver com o 7 de setembro. Na verdade talvez tenha. Lembrar que a educação nesse país não é tão ruim para alguns sortudos.

Aproveito para cumprimentar os amigos militares que hoje rivalizam com a Gisele pelas ruas do Centro do Rio.


Inteligência

(ou de como um cdf mata uma lacraia)

Baseado em fatos reais

Era quase meia noite. O dia, deveras cansativo, fora típico da vida de um workaholic. Aquele copo de leite com ovomaltine era sua última refeição antes de dormir. Ele estava jogando um pouquinho de água no copo para não grudar o chocolate e facilitar a posterior limpeza. Seu maior desejo naquele momento era desabar.
Uma lacraia subia pelo ralo da pia.

Não. Não houve susto. Apenas a resignação de encontrar mais um obstáculo ao sono redentor. Descobriu posteriormente na Wikipédia que a lacraia tem hábitos noturnos. Malditos sonâmbulos! Abriu a torneira, para que ela não subisse pia e atingisse a louça. Notou triste como aquele bicho nadava bem (tinha voltado para as aulas de natação aquela semana, e estava com algumas dificuldades).

Deixou a água vazar para, enfim, enfrentar o animal. A lacraia tinha uma vantagem, seu rabo é arma potente, enquanto o corpo do Homo sapiens sapiens é nu. Pegou uma faca de cortar pão frances do escorredor de louça, e partiu para o embate! Parecia uma luta de esgrima, digna das Olímpíadas de Pequim (se perguntou o porquê de não ter sido escolhido para a equipe brasileira).

Depois de alguns golpes a esmo e de desviar por muito pouco de uma habilidosa estocada da lacraia contra sua mão, finalmente conseguiu o golpe certeiro, bem no pescoço dela, que se contorceu toda e tentou vários golpes, mas apenas atingia a faca de cortar pão francês. Mas continuou viva. Como portava uma faca de cortar pão francês, nosso herói resolveu fazer o movimento do serrote. Mas o pescoço da lacraia continuava a resistir bravamente.

"Mas é claro", pensou. "Ela tem um exoesqueleto, como todos os artropodes". Ou qualquer coisa que o valha. Nunca estudara biologia com tanto afinco. Tinha apenas vagas lampejos. Aquilo era mais forte do que muitas armaduras medievais.
Bem, a arma branca se mostrara inútil. Que fazer? Parou para pensar. Primeiro riu de si mesmo por ainda lembrar-se das aulas de biologia do ensino médio, há tanto tempo. Bem, se elas ajudaram a lhe explicar porque não é possível matar a lacraia com uma faca de cortar pão frances, ele pensou poder usar esses conhecimentos para achar alguma forma mais eficiente para cometer o assassinato (e nada de considerações ecológicas!).

Fiat Lux!

Os insetos são animais pecilotérmicos, não resistem ao fogo. Pegou a caixa de fósforos. Tirou dela um palito. Analisou-o. Muito curto. A lacraia certamente golpearia sua mão antes que pudesse atingi-la com o fogo. Precisava de uma tocha, ou algo parecido, que lhe desse a distância necessária.

Olhou em volta e viu o folheto de propaganda do supermercado da vizinhança. Enrolou-o. Lembrando-se da física, ateou fogo bem na ponta do papel, pois sabia que caso contrário o fogo não pega e partiu para o ataque. Ela se contorceu a vez derradeira. Estava morta, em frangalhos.

Vitória, afinal!