19 de jan. de 2008

A vida é passageira, mas o amor é inacabável...

Penso nisso...

Defronto-me todos os dias com essa frase ao caminhar para a UFRJ. Escrita à grafite num viaduto, e ainda mais, riscada, sinceramente nunca fora alvo de meus devaneios, até hoje.

Hoje eu acordei com essa estranha frase martelando na minha cabeça, sinto que talvez ela queira me dizer algo. Procuro então numa análise minuciosa pensar o que o autor da dita frase queria transmitir com ela. Penso que talvez quisesse nos fazer crer na supremacia do amor perante a vida. A vida tem fim, mas o amor entretanto cria frutos que perduram muito além de uma única existência. Seria então apenas uma visão otimista do amor? Como tantas outras? Tão tola, tão cheia de defeitos como ignorar os mal-amados ou os nem-amados, e pior, os frutos que provém de um amor torto, seja ele interesseiro ou forçado. Não sei, como dizia Alberto Caeiro pensar é fechar as janelas da alma. E pensando nisso eu me sinto ainda pior, e descubro que já estou distante do sentido original da minha frase.

Mas, é o que então? O que tem nessa frase que me chama a atenção? Gramática, algo inovador? Não! Conteúdo? Clichê! Não!Mas porque tantos problemas por uma simples frase? E me vem outra vez a frase de Caeiro na cabeça, ela me devasta, o que não é muito difícil, afinal, eu já estava exausto antes desse último golpe.

Jogo fora então a tarefa de tentar elucidar a mensagem subliminar escondida na frase do viaduto e vou ver TV. Pois quem sabe, eu esqueça de toda essa tolice.

E sim amigos! Não esqueci, em verdade a frase retornou a mim ainda mais forte do que primariamente e tudo ficou tão claro, mas tão claro que infelizmente eu não posso, nem conseguiria jamais transcrever aqui. Então:


A vida é passageira, mas o amor é inacabável...

Sinta isso...

9 de jan. de 2008

(Isso é quase um manifesto!)

Ex malo bonum ou o começo do fim.

Isso o que vos escrevo é um desabafo.

E esta minha reclamação surge contra mim mesmo, quanto à minha poesia “noir”, esse eterno vestígio triste até quando não há real tristeza. Queria eu escrever apenas alguns versinhos bonitos e felizes que acalentassem a minha alma, mas os versos felizes parecem não conseguirem me calar, muito menos me acalentar...

Esse desabafo parece vir em boa hora já que ando convivendo com pessoas de alma e filosofia muito diferentes da minha. E é assim que eu quero a minha poesia, não mais o caos organizado em versos, não mais a noite eterna, não mais o momento triste, mas a luz...

Mudanças são sempre bem vindas, e eu lanço a mim mesmo esse desafio, busco agora não mais retratar o momento nebuloso e soturno ,mas a alegria e o humor. Pretendo agora mergulhar a minha alma em outros rios, de águas calmas e límpidas, que me tragam sempre boas recordações e boas palavras...

Não, não pensem que estou “cuspindo no prato que comi”, acontece apenas que eu sinto como se eu tivesse ficado bom demais em fazer certo estilo de poesia, e em busca da evolução contínua não posso me prender apenas ao que sei fazer, quero escrever também textos em prosa, mesmo que seja poética...

Quero exprimir o inexprimível, afinal essa é a minha função, não é? Portanto amigos, eu inauguro agora uma nova fase para os meus textos, esperando sinceramente que ela seja rica em novas experiências, e me tragam palavras cada vez mais potentes. Mas se minha sorte for revés nas mãos do destino, pouco importa, pois tudo vale à pena meus amigos...Tudo!