22 de out. de 2006

Às vespéras da eleição

Eu podia falar da falta de tempo dos meus companheiros de blog, mas acho que tempo já um assunto bem discutido aqui nesse blog, então decidi aproveitar a deixa para falar dos nossos outros companheiros.
Os lá do planalto central, ou até dos daqui do palácio Guanabara

Falar de política é sempre muito complicado. Há os que gostam e ficam cegos e os que odeiam e... idem! também se fazem de cegos.
Quando se entra para a faculdade um dos primeiros choques é a natureza do movimento estudantil. Mas não é da minha desilusão com ele que resolvi falar. Falei disso só porque lembrei que, ao discutir o tema politica com um parceiro no sujinnho (o querido bar da praia vermelha) cai na besteira de dizer que tenho tendencias para o centro, e que perto deles eu seria de direita. E eles ficam me zuando e/ou olhando de cara feia.
Algum tempo depois mostrei minha insatisfação com o fato (que se repetia), e obtive a seguinte resposta: "Cara... relaxa. É que nem se estivessemos discutindo futebol: eu sou vasco, você, flamengo". Enguli o comentário e não parei para analisar o seu real conteúdo.

Hoje ele me veio a cabeça de novo, num estalo.
O grosso do debate político é mesmo igual à discussão ruim de futebol (porque em ambos os casos, existem discussões produtivas): uma disputa obsessiva de acusações e dados mirabolantes que cansam a inteligência. Ou, o que da no mesmo, um jogo de futebol com torcidas cegas que se recusam a enxergar as faltas duras do próprio time e os méritos do adversário(em alguns casos, inimigo mesmo!)

Eu venho aqui ao meu blog declarar meu voto para presidencia: nulo.

E pode criticar a vontade. Para mim esse debate equivale a assitir vasco e palmeras (eu sou Flamengo, para quem não sabe). Não gosto de nenhum dos dois times, então tanto faz quem ganhe. Se vejo, é para saber qual é a conseqüência disso na tabela do campeonato (ou até por gostar do jogo, apesar de esse motivo no futebol e na politica tupiniquim não seja muito considerável, apesar de estar melhorando).

Sei que há entusiastas de ambas as candidaturas. A galera lá da sala desfila com bandeiras do Alckmin (bandeiras como as que fazem o show que é torcida no maraca!) ou com adesivos de "Lula de novo com a força do povo". Nenhum dos dois me empolga. E me recuso a entregar minhas emoções à uma causa que não acredito. Me recuso a votar no "menos pior"; me recuso a votar por medo oportunista das privatizações; me recuso a votar porque a midia nos mostra a ponta do iceberb de corrupção que é o estado brasileiro; me recuso a votar por falta de opção.

E não me venha falar de voto obrigatório... isso são outros quinhentos!
Aliás, votar nulo é como não votar se o voto não fosse obrigatório, com o diferencial de o assunto partir de uma decisão consciente cara a cara com a urna, e não por preguiça mental ou comodismo (para os entrelinhistas: eu realmente concordo com o voto obrigatório, e pode vir pro debate, que ele é interessante!) Quem prestou a minima atenção no assunto análise combinatória do ensino médio deveria saber que não escolher é uma escolha tão valida quanto qualquer outra. Mesmo que as pesquisas e o TSE considere isso como um voto "não válido". Nesse caso, eu fico com a matemática! O direito infelizmente falha nesse quesito...

Enfim, no âmbito político, seja qual for a vontade da maioria, me curvarei à ela. E pode deixar que quando (re)começar as merdas eu não vou ficar com aquela cara arrogante de que não "votei nesse cara". Não é esse o motivo. O meu fato é: nenhuma dessas opções me empolgam, nem ao menos me agradam.

Essa é só a MINHA opinião. Se você vai votar em alguém, ao menos o faça com gosto, com um sorriso no rosto! E não com aquela cara de aborrecida por acordar cedo no domingo, encarar fila e muito menos com um saquinho de vômito do lado...